APAC masculina de Perdões/MG

12/11/2003

Aulas de Tae Fit com voluntário.

Com anseio de proporcionar um meio mais eficiente e humano para o cumprimento de pena, o juiz da Comarca de Perdões se dedicou para que fosse implantada uma APAC na cidade, assim no dia 11 de novembro de 2003, foi fundada a APAC de Perdões/MG.

O Juiz de Direto, Sérgio Luiz Maia, ansiava proporcionar um meio mais eficiente e humano para o cumprimento de pena. Por ouvir dizer que havia uma penitenciaria sem escolta policiar, ficou curioso e decidiu pesquisar a respeito. No ano de 2000 ele se deparou com a Associação de Proteção e Assistência ao Condenado – APAC de Itaúna.

Com anseio de proporcionar um meio mais eficiente e humano para o cumprimento de pena, convidou um grupo de amigos e foram a Itaúna de ônibus conhecerem mais de perto a metodologia e a APAC da cidade. Todavia, após o retorno da viagem, muitos desistiram, assim, o Dr. Sérgio teve que reunir novamente algumas pessoas, as quais levou para fazer a mesma trajetória.

No dia 11 de novembro de 2003, foi fundada a APAC de Perdões/MG. Posteriormente, os cidadãos perdoenses juntaram-se no salão do Júri da Comarca de Perdões, por meio do convite feito pelo Juiz de Direito, Dr. Sérgio Luiz Maia, para realizarem a Assembleia Geral.

Na ocasião, ressaltou a necessidade de implantação de um método mais eficiente no controle e execução das penas aos condenados no âmbito da Comarca.

Prosseguindo, houve a eleição da primeira diretoria provisória para que fosse dado início a instalação da mesma. Foram escolhidos os seguintes membros, Carlos Alberto Pereira Padua, Presidente, Robson de Bastos, Vice-Presidente, Roberto Lacerda, 1° Tesoureiro, Joao Bosco Fonseca Silva, 2° Tesoureiro, Keila Alves, 1° Secretária, e Dr. Chrystian Castro Pereira, 2° Secretário.

Para dar início ao funcionamento do Centro de Reintegração Social – CRS da APAC, foi utilizado as instalações da cadeia pública local. Na época o Sr. Valdeci Ferreira ajudou no projeto, já que ainda não havia sido criado o Programa Novos Rumos do Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG, e a obra foi realizada em grande parte por meio das penas alternativas.

Uma das maiores dificuldades encontradas para a implantação foi o preconceito da sociedade, porém foi resolvido a partir de campanhas e movimentos, demonstrando o que efetivamente era a APAC.

O Juiz de Direito, Dr. Sérgio Luiz Maia, relata:

A APAC é, sem dúvida, o único meio que eu conheço para proporcionar uma mudança de vida ao cidadão. É o método que oportuniza ao detento a retirada definitiva da “máscara”, do engodo em que ele próprio se esconde antes de querer a mudança. É, com certeza, uma obra de Deus.

O primeiro recuperando chegou no ano de 2001.

Aulas de Tae Fit com voluntário.

Nos dias 25 a 27 de junho de 2010, no salão paroquial, aconteceu o II Seminário de Estudos sobre o Método APAC, voltado para a formação de voluntários, que teve como principal objetivo divulgar a metodologia da associação, de modo que mais voluntários fossem mobilizados. O evento é uma promoção do Projeto Novos Rumos do TJMG e da Fraternidade Brasileira de Assistência aos Condenados – FBAC.

Atualmente, um dos diferenciais da APAC Perdões é que a mesma com ajuda de cerca de quinze voluntários, tem seu ponto forte na assistência efetiva aos recuperandos dependentes de drogas ilícitas que estejam compromissados com a sua recuperação. A APAC criou dentro de sua unidade o grupo Nova Esperança de Narcóticos Anônimos, que recentemente inaugurou uma sede fora do presídio. Escoltados por voluntários, os recuperandos dos três regimes que necessitam de assistência se dirigem semanalmente aos grupos Nova Esperança e Alcoólicos Anônimos.

O Vice-Presidente da Diretoria Executiva da APAC de Perdões, Pastor Waldeci Venancio, descreve:

APAC é onde o indivíduo preso cumpre sua pena e é confrontado com sua realidade de vida, através de palestras de valorização humana e cultos realizados por pastores, padres, trabalhos laborterápicos, eles tem a oportunidade de rever seus atos e conceitos, e reinserirem à sociedade com mudança de caráter e vida digna, porque entendemos que ninguém nasce bandido ou criminoso, mas por uma fatalidade da vida ou por algo que faltou lá atrás ou escolhas erradas, quando princípios e valores básicos, como família, religião, ética e outros não foram valorizados. Nessa visão continuaremos trabalhando e nos doando, para que a nossa APAC continue salvando vidas e libertando o criminoso, trazendo-o a sua verdadeira identidade e liberdade.

Outro diferencial se refere à estrutura disciplinar, na qual a diretoria, voluntários e funcionários fazem, juntamente com os recuperandos, um trabalho individualizado das normas de conduta, com o intuito de melhor prepara-los para o processo de recuperação e reintegração social. Vale ressaltar que o índice de reincidência criminal na unidade gira em torno de 8%.

O Programa Novos Rumos do TJMG acompanha as medidas aplicadas às pessoas em conflito com a lei e tem como um de seus objetivos propagar e consolidar a metodologia APAC em todas as comarcas mineiras, como alternativa ao sistema comum das prisões de nosso Estado.

Foi celebrada parceria com a Secretária de Estado de Defesa Social – SEDS em 05 de dezembro de 2009, todavia entrou em vigor em 30 de setembro de 2011.

Depoimento da atual presidente Isilda Rodrigues Neves (2022):

Confesso que quando conheci a APAC naqueles dias de dezembro, quando procurava presentes artesanais para os filhos dos nossos funcionários da fazenda, fiquei surpresa ao perceber que a tal ‘‘APAC’’ que me fora indicado, tratava-se de um ‘presídio’, pois isso ninguém havia me dito.
Os artesanatos que vi eram exatamente o que eu procurava, então conversei com o rapaz e fiz as encomendas. Gostei muito do que vi e me senti muito desafiada, então alguns dias depois voltei para saber como poderia ser voluntária. Desde então, venho caminhando juntamente com os recuperandos tendo a plena convicção de que somos todos recuperandos.

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