APAC de Pirapora/MG

01/01/2007

Vista aérea da APAC de Pirapora/MG.

No ano de 2005, o Desembargador Carlos Alberto de Faria, oriundo de Santa Maria do Suaçuí/MG, assumiu a Vara da Execução Penal da Comarca de Pirapora. Idealista e empreendedor, teve a importante iniciativa de reunir-se, no salão do Júri do Foro Municipal de Pirapora, com membros da sociedade, Lojas Maçônicas, 50ª Subseção da OAB, Lions Clube, Rotary Clube, Associação Comercial, Câmara de Diretores Lojistas, Polícia Civil e Militar, representantes dos Poderes Executivo e Legislativo e Ministério Público, para poder apresentar a ideia e o objetivo de se fundar uma Associação de Proteção e Assistência aos Condenados – APAC no município, por meio de um vídeo mostrando como referência a unidade de Itaúna/MG.

Em 04 de novembro de 2005, foi fundada a pessoa jurídica da instituição em defesa dos direitos sociais, ligados à cultura e à arte em amparo ao preso e familiares. Na ocasião, também constituiu-se a primeira Diretoria Executiva composta pelo Presidente, José Trajano Porto, Vice-presidente, Wilson Oliveira, 1º Secretário, Aécio José Amariz de Souza, 2º Secretário, Marcos Antônio Rocha, 1º Tesoureiro, Manoel Celestino da Costa, 2ª Tesoureira, Neusa Marinho da Silva, Diretor de Patrimônio, Carlos Alberto Xavier e a Consultora Jurídica, Dalva Antônio de Castro Galdino.

O primeiro Conselho Deliberativo era formado por Manuel Agapito de Souza, Josmar Soares, Sérvio Túlio Silva, Geraldo Mariano da Silva, Adriano Mechele Kahey, Fernando Almeida da Silva, Guilherme Campos Corgozinho, Indalécio Garcia de Oliveira, Comte. Manoel Celestino da Costa, Marcelo Campos Valadares, Nilo Mendonça Siqueira, Renato Berline, Robson Marques Thiago do Santíssimo Sacramento Freitas, José Felisberto Junior e William Sousa Ramos, Carlo Murilo Vieira, Dalva Antônia Castro Galdino, Jorge Alberto Nogueira da Silva. E o Conselho Fiscal era composto por José Luiz de Resende, Marcos Correa da Silva, Thiago S. S. Freitas.

Reunião no Fórum com membros da sociedade.

Foi promovido, por meio do Juiz de Direito da Comarca de Nova Lima/MG, Juarez Morais de Azevedo, diretores e dois recuperandos da APAC de Nova Lima/MG, uma palestra pública em Pirapora com a participação efetiva dos integrantes do povo. Ademais, o Prefeito Walmillon Fonseca Braga, fez a doação da área em que veria a ser construído o Centro de Reintegração Social – CRS Franz de Castro Holzwarth, com aprovação da Câmara Municipal. 

Por iniciativa do eminente Juiz Carlos Alberto de Faria, foi elaborado o “Projeto da APAC de Pirapora” para que fosse possível a captação de recursos, o qual foi aprovado e apoiado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG, através do Projeto Novos Rumos da Execução Penal. Financeiramente, a Câmara Municipal e a a Prefeitura de Pirapora, Jequitaí e Buritizeiro, subvencionaram a APAC com valores de R$ 16.000,00 reais mensais, além de verbas repassadas pelo Juizado de Pequenas Causas, originando fundo reserva de R$ 280.000,00 reais em dois anos de apoio.

Primeiro alojamento para os recuperandos trabalhadores da obra.

Sob a coordenação do Juiz de Direito, Carlos Alberto de Farai, do Promotor de Justiça, Felipe Guimarães Amantea, o Presidente, José Trajano Porto, o Secretário, Aécio Amariz, e a voluntária, a jovem professora Kátia Cristiane Santos Castro, iniciou-se a preparação dos quinze presos que cumpriam pena no presídio local, com apoio da Polícia Civil através do Delegado Regional Dr. Adauto Correa e equipes de policiais. Nesse momento a comunidade vivenciava a implantação e sustentação do Método APAC. 

A participação dos primeiros recuperandos centrava-se na construção do prédio, ficando durante o dia na obra, e à noite voltavam ao presídio comum. Diante disso instalou-se a fábrica de blocos, construiu-se o galpão de alojamento, murou-se o terreno e preparou-se uma mínima infraestrutura necessária para os mesmos receberem ali as instruções da metodologia aplicada pelos voluntários, membros da diretoria e instituições religiosas.

Em 06 de abril de 2010, a obra concluída foi inaugurada com a presença de autoridades do Judiciário Mineiro, liderado pelo Presidente do Tribunal de Justiça, o Desembargador Sérgio Resende, o qual elogiou o esforço e comprometimento dos cidadãos de Pirapora com o projeto, revelando estar surpreso com o tamanho e alcance social da obra. Além dele, encontravam-se Dr. Joaquim Alves de Andrade, autoridades civis, eclesiásticas e militares da Comarca de Pirapora.

O Recuperando Ramil Félix da Silva, vice-presidente do Conselho de Sinceridade e Solidariedade – CSS, assim expressou:

A APAC é uma instituição em que é permitido a todos sonhar por dias melhores e por conquistas. Cometemos erros e estamos pagando por eles de uma forma justa, humana e digna, com oportunidade de sair daqui pessoas melhores e realmente recuperadas.

O Juiz Diretor do Foro e da Vara Criminal, Carlos Alberto de Faria, no seu discurso enfatizou todo o trabalho realizado junto à sociedade, serventuários da Justiça, empresariado e autoridades do alto escalão da Magistratura Mineira e Ministério Público Estadual e filosofou:

Este é o início de um novo tempo para nós e nossas famílias. Agora podemos contar com uma nova chance e, quando sairmos, teremos o respeito das pessoas. Em Santa Maria do Suaçuí, região do Rio Doce, plantei uma semente porque encontrei terra fértil, tivemos sucesso.

Com recursos disponibilizados pelo Governo Estadual, foram concluídas as obras, na época, sob a administração de Carlos Alberto Xavier, a quem a APAC de Pirapora e a sociedade, devem reconhecer e valorizar seu espírito empreendedor voluntário.

Vim para cá depois de aposentado, para descansar e acabei trabalhando mais. Nasci para ajudar. Vê-los felizes é o que me faz feliz.

Inauguração da APAC de Pirapora/MG.

No ano de 2005, a então professora Katia Cristiane Santos Castro deu início ao trabalho voluntário na APAC de Pirapora, onde participou da Diretoria Executiva e do Conselho Deliberativo. No bieno de 2014 e 2016, assumiu a vice-presidência e, no período de 2016 a 2020, abraçou a presidência da unidade e teve uma participação no processo de consolidação da entidade, a qual conta com 150 recuperandos.

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