A APAC, reconhecida inicialmente como “Amando o Próximo Amarás a Cristo” nasce em 18 de novembro de 1972, na cidade de São José dos Campos/SP, por decisão de um grupo de voluntários cristãos liderados pelo Dr. Mário Ottoboni, os quais tinham como objetivo inicial evangelizar e dar apoio moral aos presos da cadeia pública localizada na rua Humaitá, centro da cidade.
No ano de 1974, a equipe concluiu que somente uma entidade juridicamente organizada seria capaz de enfrentar as dificuldades que permeavam o dia a dia no estabelecimento prisional e assim foi instituída a APAC – Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, respaldando o trabalho da APAC espiritual.
Em 1979, sem oferecer condições de segurança para manter a prisão em funcionamento, o prédio foi desativado pelo Poder Público para reformas por tempo indeterminado, impossibilitando, portanto, a continuidade do trabalho de pastoral carcerária pela APAC. O grupo apaqueano, mais uma vez, sem perder de vista o objetivo inicial de recuperar o preso e humanizar o cumprimento da pena, dedicou-se totalmente a motivar a sociedade de São José dos Campos para reformar o estabelecimento penal.
Ao longo dos anos seguintes, a prisão Humaitá foi totalmente reformada, com estruturas que agora favoreciam a recuperação e a reintegração social de pessoas privadas de liberdade: salas decentes, auditório, refeitório, capela, oficinas de artesanato, setores odontológico e médico, farmácia e um espaço de trabalho para a equipe administrativa.
Em 1983, após a conclusão das reformas, o Comandante da Polícia Militar, o Delegado de Polícia e o Dr. Mário Ottoboni, então Presidente da APAC, foram convidados pelo Juiz para deliberarem sobre a reabertura da prisão Humaitá. Porém, nenhuma das autoridades concordou, alegando que ainda não havia condições de segurança para seus agentes. Considerando o papel de liderança na reforma e a excelência no trabalho de assistência promovido pela APAC, o juiz perguntou ao Dr. Mário se ele e sua equipe teria interesse em administrar a prisão, ao que todos aceitaram.
Em 1984, surgia a primeira prisão no Brasil e no mundo, administrada por voluntários, sem o concurso da polícia e/ou agentes penais, onde as chaves da prisão ficavam a cargo dos recuperandos. Aberta inicialmente para 35 pessoas, logo alcançou gradualmente sua capacidade total de 175 recuperandos em regimes fechado e semiaberto.
A APAC de São José dos Campos apesar de não ter recebido recursos financeiros do Estado, funcionou com excelência durante 25 anos com o apoio de inúmeros voluntários, servindo de modelo e referência para expansão da metodologia, tendo encerrado suas atividades no dia 20 de outubro de 1999.
Felizmente, antes de seu encerramento, várias de suas sementes germinaram em inúmeras cidades ao redor do mundo, tendo encontrado terreno fértil no estado mineiro, graças aos fundadores da APAC de Itaúna e do apoio do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Para mais informações acerca dos detalhes que permearam a criação da APAC-mãe, sugerimos a leitura do histórico da APAC de São José dos Campos/SP.