O elemento “recuperando ajudando recuperando” busca estimular e fortalecer a solidariedade e o companheirismo entre recuperandos, os quais muitas vezes se encontram em situações semelhantes e, às vezes, desconhecem que carregam consigo a capacidade de se autoajudarem.
Esse processo de recuperação é prudentemente compartilhado com as próprias pessoas privadas de liberdade, os quais abandonam os papeis de meros destinatários e espectadores das ações, para assumir um protagonismo de apoio mútuo.
Para que se colha bons resultados, é imprescindível ensinar o recuperando a viver em comunidade e contribuir com as atividades diárias, como: limpeza, organização, lavar roupas, trabalhos internos, manutenção e todos aquelas funções que possam ser realizadas por eles próprios. Agindo dessa forma, a pessoa em recuperação desenvolve habilidades, descobre novos dons e reforça o sentimento de que ele contribui para seu próprio processo, bem como o de seus semelhantes. Ademais, todas essas atividades certamente favorecerão na formação de hábitos importantes para o convívio no meio livre.
A metodologia estimula ainda que cada recuperando cuide uns dos outros, especialmente daquelas pessoas descapacitadas física e/ou intelectualmente, mas também durante momentos de doença, desesperança, desânimo, dado que todos, em algum momento, podem vir a carecer de alguma atenção especial.
Para o bom desenvolvimento deste elemento, a APAC propõe também a criação de um Conselho de Sinceridade e Solidariedade (C.S.S.), composto exclusivamente por recuperandos, os quais terão as tarefas de organização, limpeza, distribuição de afazeres, disciplina e segurança. Além disso, seguindo os importantes ensinamentos de Mário Ottoboni, “quando uma cela vai bem, toda a APAC segue bem”, a APAC implementa ainda a figura do “representante de cela”, um recuperando que ajudará os demais residentes a compreender as regras da entidade e a repensar sua filosofia de vida.